Senai do Maranhão e de Pernambuco firmam parceria de cooperação técnica em inovação tecnológica

Parceria visa a dar mais competitividade em áreas como energia 

O acordo de cooperação técnica foi assinado nesta quinta-feira (23) na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). A parceria visa à execução de projetos de inovação tecnológica para o desenvolvimento de processos e produtos nas áreas de transição energética e hidrogênio de baixo carbono, área agroindustrial e tecnologias para gesso.

A cooperação mútua entre as instituições, que trabalham em rede, atende a demandas de acordo firmado com o Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe).  

De acordo com dados da McKinsey & Company, ao mesmo tempo em que o Brasil é o 7º país em emissão de gases de efeito estufa (GEE) também detém uma posição inigualável para se tornar uma das potências que viabilizará essa transição energética. Além do impacto ambiental da descarbonização da economia devido ao aquecimento global, existe ainda um investimento mundial estimado entre 3 e 5 trilhões de dólares por ano até 2030, a maior realocação de capital da história.  

O diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-PE, Oziel Alves, explicou que o objetivo é construir parcerias especialmente com o Nordeste brasileiro para que sejam somados esforços relacionados à transição energética e descarbonização da indústria. Isso inclui conexão com logística relacionada aos portos, com o setor sucroalcooleiro, por meio da biomassa e da produção de etanol a partir de cana-de-açúcar e milho. 

“Em Suape, Pernambuco, estamos desenvolvendo um cluster de inovação com foco na transição energética. Está sendo construído um parque tecnológico com plantas-piloto onde serão desenvolvidas tecnologias. E nesse processo o hidrogênio verde é considerado um grande vetor de transição energética, assim como produtos derivados, a exemplo dos combustíveis sintéticos”, explicou.  

O presidente da Fiema, Edilson Baldez, lembrou que a Federação participa de iniciativas como Nordeste Forte e Pró-Amazônia e que temas como a descarbonização da economia já vêm sendo discutidos pela entidade no Grupo de Trabalho Pensar Maranhão. “O que for de interesse regional, como a questão da energia, não trataremos de forma isolada, pois o trabalho em rede nos permite alcançar os melhores objetivos. Esse é um trabalho de cooperação que estamos fazendo com o Governo do Estado e é mais um desafio a ser vencido em prol do Maranhão”, falou Baldez.  

Com o acordo de cooperação assinado hoje, o Maranhão se junta aos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte com o objetivo de somar esforços que acelerem o desenvolvimento econômico e atraiam empresas para a região. Com isso, espera-se tornar o Nordeste mais competitivo. O diretor regional do SENAI-MA, Raimundo Arruda, disse que o acordo é muito importante para o SENAI Maranhão porque traz uma perspectiva não apenas de inovação tecnológica para o estado, mas também fortalece todo o setor educacional e tecnológico, de pesquisa básica e aplicada para o setor produtivo. “Com essa cooperação técnica as nossas indústrias vão poder contar ainda mais com pesquisa, desenvolvimento e capacitação profissional”, avaliou.  

Durante a solenidade de assinatura do acordo, o titular da Sedepe, José Reinaldo Tavares, falou das condições excepcionais do Maranhão, como a riqueza hidrográfica, e de projetos como o Porto de Alcântara. Sobre a parceria ele disse que Pernambuco e Maranhão têm muitas complementaridades e podem trabalhar juntos na atração de novos investimentos, na descarbonização, entre outras frentes. Luiz Fernando Renner, vice-presidente da Fiema e coordenador do GT Pensar o Maranhão, lembrou que o acordo é uma evolução das discussões feitas anteriormente e exaltou a importância da parceria com o poder público.

Aeroespacial – Além de fazer parte da estratégia de descarbonização da economia, o Maranhão também passa a integrar o Programa Estruturante Aeroespacial para a Rede Senai de Inovação e Tecnologia. Também fazem parte os estados de Pernambuco, Bahia, São Paulo e Santa Catarina. O diretor do Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação, Pierre Mattei, também esteve em São Luís. Ele disse que entre os objetivos do programa estão a capacitação e geração de competências em sistema aeroespaciais, de tecnologias disruptivas e de uma rede nacional de inovação aeroespacial.  

“Essa iniciativa do Senai visa alavancar a indústria nacional, especialmente a aeroespacial. Estamos falando de foguetes e satélites, mas também da aplicação de serviços satelitais. Praticamente todos os segmentos trabalham com sistemas espaciais, do Uber à compra de um vegetal. Daí o porquê de estarmos formando essa rede com diversas entidades, nacionais e internacionais. Esse é um momento disruptivo para a indústria espacial brasileira”, antecipou Pierre Mattei.  

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