Arte e bom humor no Jubileu de Ouro da Universidade Federal do Maranhão

Crônica de Fernanda Pinheiro e Paulo Washington

Na última semana, 250 egressos de 16 cursos de graduação de 1973 foram homenageados pela Universidade Federal do Maranhão no Jubileu de Ouro 2023. Realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, na Cidade Universitária (campus da Bacanga), a cerimônia de entrega dos certificados foi organizada pela Pró-reitoria de Ensino (Proen).

Um dos pontos altos do evento foi a apresentação teatral.

Com pesquisa e texto de Fernanda Santos Pinheiro (TAE-PROEN-UFMA) e Paulo Washington Beltrão dos Reis, a peça teve direção, figurino e apresentação da professora Ana Teresa Desterro Rabelo, do Curso de Teatro UFMA, com encenação também da atriz Elieuda Garcia da Silva.

Eis o texto em formato de crônica.

Em uma tarde, no Centro histórico de São Luís do Maranhão, dois universitários conversam:

    • José Carlos: Oi, Ana Maria. Tudo bem com você? Vais amanhã ao nosso baile dos formandos de 73, da FUM? Vai ser chuchu beleza.
    • Ana Maria: Vou sim, tô contando as horas. Quando sair da Faculdade de Enfermagem, vou lá na Azteca comprar meu vestido do baile, e, aproveito pra passar na Casa Paris pra comprar o meu Rouge e o meu pó de arroz da Coty. Tenho que ficar um broto.
    • José: Eu também, quando sair da Faculdade de Farmácia, vou na Ocapana, comprar uma calça de veludo vinho, boca de sino e um blazer quadriculado, que olhei na vitrine, pois, os que tenho, já não me cabem mais.
    • Ana: Mas, também, tu não sais da lanchonete das Lojas Acácia e da sorveteria do Hotel Central, aí não quer engordar?
    • José: É verdade, não posso nem reclamar, e olha que tu nem sabes das minhas escapulidas até a Panificadora Cristal, no intervalo das aulas.
    • Ana: Mudando de assunto, ontem encontrei com teu irmão, que faz Medicina, no coreto da Praça Gonçalves Dias.
    • José: É, ele gosta muito de estudar no coreto, pegando um ventinho…
    • Ana: Me desculpe, Zé Carlos. mas, ele não estava estudando, não, ele tava com uma colega dele de turma de Medicina, que não passava nem pensamento.
    • José: Esse meu irmão… É um Dom Juan, não perde tempo. Quer matá-lo? É só ir na sessão da tarde no Cine Éden. Vê se ele tá só? Não sei que horas tem tempo pra estudar, mas não é da minha conta, ele que se entenda com papai…
    • Ana: Zé, e teu anel de formatura? Já comprastes? Papai comprou o meu na Casa Garimpo. os tubos!
    • José: É muito tutu, assim? Dindinha que vai me dá de presente, mas, como ela é pão duro, me disse que vai parcelar em doze meses, no carnê da King Joia. Ana, vou entrar aqui. até logo. Te vejo no baile…
    • Ana: Até amanhã à noite amigo!
    • (Um dia depois…)
    • José: Olá, Ana! Toda a nossa patota tá aqui.
    • Ana: Legal. José, você está um pão.
    • José: São seus olhos! Você é quem está muito broto.
    • Ana: Olha, os meus amigos da Economia… Miguel e Dometílio, que participaram comigo do CRUTAC, em Codó! Gente vou chorar de alegria. Vou borrar minha maquiagem. Adeus, pó de arroz.
    • José: Quanta saudade ver aqui meus colegas, formandos das turmas de 1973. Nossas amigas da Biblioteconomia, Maria do Socorro Furtado e a Jansen, os amigos do curso de Desenho, Jacira, e o Irandy de Enfermagem, a Maria Walquíria, da Farmácia. Olha o Domingos e a Maria José, da Química Industrial, e Alba, Hortênsia e Maria das Graças Borralho, do Serviço Social.
    • Ana: José, a Fundação Universidade do Maranhão inteira está aqui. Olha, o José Agnaldo, da Filosofia, o pessoal de História, Angélica, de Letras, o pessoal da Matemática…Gente, olha Francisco, Elionora, Bernadete, Natalino, Zé Márcio, da Medicina. Quem tá ali também é Sheila Barradas e Izar, da Odontologia. Não acredito. José, olha lá, Bernardina e Leoíza, da Pedagogia. Gente é muita emoção.
    • José: Ana, nem parece que faz 50 anos de nossa formatura. O povo não mudou quase nada. Tá brilhando mais que brilhantina. É brasa, mora! 
    • Ana: O Jubileu de Ouro está muito animado e igual aos bailes de carnaval do Lítero, Jaguarema, Casino e Montese, ao som de Nonato e Seu Conjunto e Os Fantoches.
    • José: Sejam todos bem-vindos ao esplendor da plenitude!
    • Ana/José: Feliz Jubileu de Ouro! Som na caixa, deejay, que a festa vai começar!!!
    • Ana: José, será que a banda vai tocar música lenta?
    • José: Tomara, Ana. Adoro dançar de rosto colado.
    • José: Ana, atenderam o seu pedido. Você me concede uma parte dessa dança?

Ana nem respondeu. Já foi pegando José pelos braços e bailando até o salão do Jubileu… E assim começou com alegria, arte e muito bom humor o Jubileu de Ouro 2023! Até 2024!

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